adolescentes encantam ainda mais quando brincam de ser criança sem nem mesmo perceber que o fazem . . . |
Quem me segue ( principalmente quem o faz há mais de uma quinzena de anos ) deve ter percebido que COISASDLEO está desacelerado, com postagens mais espaçadas e menos apaixonadas - minha marca - mas eu não saberia ( nem tentei ) analisar as razões disso. Provavelmente deva-se ao estressante período de envolvimento pessoal com o cenário político. A rotina de aposentada, ao contrário do que eu imaginava, está muito longe do castelo encantado no qual eu me via, não com rendas ambiciosas, mas em meio ao sonhado ócio saudável . . . e não está sendo nada parecido com isso!
Em cerca de cinquenta dias eu completarei três anos de aposentada e nunca - nunca mesmo - corri tanto como em tempos atuais. É inexplicável? Não, apenas eu vivi um sonho impossível, quase um sonho de adolescente para a terceira idade. Aos seis meses de ócio eu já estava procurando trabalho ( seletiva e calmamente ) e antes de dez meses da aposentadoria eu já estava novamente em uma sala de aula, em meio a adolescentes que têm sido desde então um sonho a ser vivido como desafio - e são tantos - de cuja convivência quero a cada dia apreender mais e mais das voltas que a vida dá. Sou gratíssima à nova oportunidade de somar como educadora na vida de tanta gente.
Mas voltando ao estresse emocional da fase de engolir sapo após sapo de um desgoverno absurdo, parecia que as forças iam minando de minha essência, outrora tão aguerrida, teimosa e passional, na defesa de meus pontos de vista. Durante a quase interminável luta entre governo e oposição eu me vi infinitas vezes entre ambos, sem jamais me equilibrar por sobre um enganoso muro da neutralidade, de cujas consequências temos respirado há já bastante tempo.
Durante a campanha eleitoral de 2014, a mim pareciam tão óbvias as mentiras presidenciais pró reeleição, que pegava-me muitas vezes por dia refletindo, tentando entender por qual motivo o carisma enganoso de um único líder conseguia ser tão maligno, avassalador e consistente em termos de convencimento aos mais desavisados, ou sei lá como chamá-los. Meu sentimento de "o que estou fazendo aqui" só aumentava a cada vez que eu tinha certeza da falta de opções políticas.
Eu precisava entender. E passei a dedicar todo meu tempo disponível ao estudo, através das mais variadas mídias. Quanto mais eu pensava apoderar-me do conhecimento disponível, mais absurdo me parecia o cenário nacional. Quase entreguei os pontos quando Joaquim Barbosa aposentou-se. Bem mais tarde voltei a respirar esperança e a rezar pela saúde física e espiritual de Sérgio Moro - e continuo nessa fase, diga-se de passagem - mas balanço fortemente quando penso em uma nova decepção via regoverno interino. Enquanto isso não acontecer - e espero que ele surpreenda positivamente a todos - vou respirando e vivendo, mas com sequelas que não sei bem se são fruto do ar seco quase irrespirável, ou se são resultado de tanta ansiedade contínua por tantos meses, numa fase de minha existência física que, ao contrário do que a maioria pensa, é tão delicada e nada forte; respiro mal, digiro mal, durmo nada parecido com outrora, mas a fé em tempos de plantar continua inabalável! BEM SEI QUE NÃO SÃO CHEGADOS OS TEMPOS DE COLHER . . .
Confesso porém que não consigo relaxar. Sabe quando a coisa chega num ponto de parecer que a cada novo dia as coisas podem desmoronar? A falta de ar sufoca, entristece, me tira de "cena" . . . Hoje tive vontade de retomar meus textos e aqui estou. Gosto do descompromisso de calendário do COISASDLEO. Longe de parecer um diário, é o que batizei de eventuário, lugar onde "penso alto" sem o mínimo vínculo comercial, político ou social e cuja regra é ser fiel à minha consciência, com respeito possível à coletividade e ao leitor.
°°°
Na edição de hoje quero fazer duas homenagens, ambas a pessoas que admiro muitíssimo.
Neste fim de semana tive o privilégio de participar com meu marido de uma comemoração familiar emocionante: os oitenta anos da matriarca LOURDES ESTEVES, que com a simpatia de rainha segura, recebeu amigos e familiares no salão de festas de um condomínio de Jacareí, onde pudemos testemunhar que Fênix não é mito, mas pura realidade contemporânea . . . Que orgulho todos ali tínhamos daquela mulher, meio diva, meio deusa. Senhoras e senhores, um pouquinho do BOTECO DA LU para os leitores de COISASDLEO:
de saída, à espera dazamiga |
Thomé, fã da aniversariante |
com MARAFADA, uma das filhas de Lou, Consuelo Unger e Márcia Jimenez, gente pra lá de querida . . . |
fada e obra prima |
°°°
A última homenagem de hoje não poderia deixar de ser a CAUBY PEIXOTO, a quem aprendi a amar já beirando meus trinta e cinco anos, antes de ele passar a ser "cult retrô" . . . "Eu me lembro muito bem", como o próprio cantava na inesquecível Conceição, de quando ele lançou o vinil " CAUBY, CAUBY", com um repertório irretocável. Nesse tempo eu ainda trabalhava na FEBEM e fomos em grupo visitar uma colega que repousava no pós cirúrgico em licença médica. Ela era idosa e entre seus vinis, onde reinei por um tempinho, lá estava o disco. Sem mais nem menos pedi licença e o coloquei pra rodar. Já saí da visita apaixonada. Custei alguns dias para encontrar o disco e comprei. Quando me separei na primeira vez, deixei na chácara todos os excessos, pois na mudança para uma pequena casinha eu teria que abrir mão do que não fosse prioritário, mas gravei o vinil em fita. Desde então, apesar do seu gosto hollywoodiano nada banal pra dizer o mínimo, nunca mais deixei de me encantar com suas interpretações. Sempre pensava em ir assisti-lo num dos rotineiros shows de Sampa, mas agora não mais será possível. Cauby, Cauby . . .
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo...Somente com alma iluminada e coração sensível se pode fazer crônica tão tocante e tão encantadora; me sento, cruzo as pernas e, como discípulo ante o mestre, apaixonadamente te escuto, te leio, te sinto, te amo...
ResponderExcluirLeonor Maria, ando assim também fora de cena.Obrigada pela cobertura, presença e amor na festa da minha Mãe, ficaram lindas fotos. Cauby, Cauby...eternamente um carinho especial por ele, um dia te conto."Eu me lembro muito bem"
ResponderExcluir