quarta-feira, 16 de outubro de 2013

POESIAS DE OUTUBRO - DIA 16





CHICO BUARQUE DE HOLANDA


"Francisco Buarque de Holanda, 19-6-1944 (Rio de Janeiro). Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, estudou no Rio, alguns anos na Itália, em São Paulo e ingressou no curso de arquitetura da Universidade de São Paulo em 1963. Em 1964 teve a primeira música conhecida pelo público, chamada Tem mais Samba. Em 1965 é lançado um compacto simples com as gravações de Pedro Pedreiro e Sonho de um Carnaval. Em 1965 a cantora Nara Leão lança compacto com as músicas Olê, Olá e Madalena foi pro mar, compõe a trilha da peça Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto (direção Silnei Siqueira). Em 1966 a marchinha A Banda, cantada por Nara Leão divide o primeiro lugar com Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros) no II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de São Paulo. Em 1967 canta Roda-Viva junto com o conjunto MPB4, ficando em terceiro lugar no III Festival da mesmaemissora..."> http://www.music.art.br/aqua/bio/chicobio.htm < . 
Estava pronto para caminhar pela carreira que fez da minha geração uma fase boa de ser vivida !



O que será (À flor da pele)


O que será que me dá

Que me bole por dentro, será que me dá

Que brota à flor da pele, será que me dá

E que me sobe às faces e me faz corar

E que me salta aos olhos a me atraiçoar

E que me aperta o peito e me faz confessar

O que não tem mais jeito de dissimular

E que nem é direito ninguém recusar

E que me faz mendigo, me faz suplicar

O que não tem medida, nem nunca terá

O que não tem remédio, nem nunca terá

O que não tem receita




O que será que será

Que dá dentro da gente e que não devia

Que desacata a gente, que é revelia

Que é feito uma aguardente que não sacia

Que é feito estar doente de uma folia

Que nem dez mandamentos vão conciliar

Nem todos os unguentos

vão aliviar



Nem todos os quebrantos, toda alquimia

Que nem todos os santos, será que será

O que não tem descanso, nem nunca terá

O que não tem cansaço, nem nunca terá

O que não tem limite




O que será que me dá

Que me queima por dentro, será que me dá

Que me perturba o sono, será que me dá

Que todos os tremores me vêm agitar

Que todos os ardores me vêm atiçar

Que todos os suores me vêm encharcar

Que todos os meus nervos estão a rogar

Que todos os meus órgãos estão a clamar

E uma aflição medonha me faz implorar

O que não tem vergonha, nem nunca terá

O que não tem governo, nem nunca terá

O que não tem juízo

( FEITA PARA TEMA DO FILME "DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS", DE BRUNO BARRETO)



TUDO BEM. CHICO TEVE GRANDE PARTE DE SEUS POEMAS TRANSFORMADOS EM LETRAS DAS MELHORES MÚSICAS DA NOSSA AMADA MPB. NEM POR CAUSA DISSO PODEMOS DIMINUIR OS MÉRITOS DA MARAVILHOSA OBRA DESSE GRANDIOSO POETA, TÃO CHEIO DE BRASILIDADE.. LEMBRO DE UM SHOW QUE ELE FEZ EM SANTOS, EM SEU COMEÇO DE CARREIRA, E MEU PAI ME LEVOU PARA ASSISTIR.


. TOCAVA OLHANDO PARA SEU VIOLÃO COM OS OLHOS MAIS LINDOS QUE EU JÁ HAVIA VISTO ATÉ ENTÃO. ENCAIXAVA SEU CIGARRO ACESO ENTRE AS CORDAS DO CABEÇOTE DE SEU INSTRUMENTO E ERA ACOMPANHADO POR SEU GRUPO MPB4. FUMAVA MUITO E CANTAVA MUITO MAIS AINDA.


É COM ALEGRIA QUE HOJE EU O TRAGO COMO POETA, POIS PARA MIM SEUS POEMAS MERECIAM SER MUSICADOS PELOS DEUSES DO OLIMPO ! E SEREM MÚSICA AMBIENTE DOS JARDINS DO ÉDEN . . .AH, QUE SERÁ QUE ME DÁ?




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2 comentários:

  1. Ai,Léo! Suspiros, suspiros...Bom entendendor da alma feminina, poeta engajado, olhos verdes e fumante. Como não amar? Bjim!

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A D O R O O O...OBRIGADA !