sábado, 9 de janeiro de 2016

MARANHEI - A VIAGEM - PARTE 1




"-Não somos turistas, somos viajantes - falou calmamente Porter, acendendo um cigarro. 

- Mas qual a diferença? - indagou Tunner, curioso 
- O turista - respondeu Kit, com um sorriso - pensa em voltar pra casa assim que ele pisa pela primeira vez no lugar onde visita; o viajante pode simplesmente não voltar...segue , sempre, em frente.
- Então sou um turista - respondeu Tunner - e Port é um viajante; mas e você, Kit? 
- Estou entre os dois - respondeu ela, olhando o horizonte..." 

(Paul Bowles, do livro "O Céu Que Nos Protege")

 Assim nós, turistas com alma de viajantes, dividimos com vocês, que apreciam nossos blogs, essa narrativa de viagem, em que cada espaço se revela um encantador universo de cores , sons, aromas e movimentos, onde fé, vida, arte e cultura se traduzem em um único verbo, um chamado a exercitar os sentidos...Vamos MARANHAR? No centro histórico de São Luís, numa das ruas por onde se pode entrar para conhecer as maravilhas dessa obra de arte ao ar livre, existe um grupo de barracas onde, do paladar à visão, tudo é deleite; mas o mais interessante delas são os frontões, cada um mostrando um aspecto da cultura, da arte e da natureza do Maranhão; através deles, como um álbum, se mostram os símbolos dessa tão sedutora região. Maranhemos, então... 

Agora começa, a quatro mãos, o descerrar de nossa viagem...



Nosso primeiro olhar sobre a cidade se deu do céu, no tremeluzir das primeiras horas do dia; parecia que podíamos alcançá-la com as mãos, se assim quiséssemos...











Cor e Movimento,  a alegria sensual entre o religioso e o profano



O ritmo caribenho que, ao desembarcar por estas terras, descobriu sua alma maranhense, o balanço ao sabor das ondas...



Que se abra o pano para o drama e a comédia, para a poesia que se faz em cena, entre o farfalhar dos leques e o ruflar das sedas, entre risos e lágrimas, a arte se faz viva



Dos teus azuis, que te batizaram, a todas as cores em que viajas, tu, azulejo, é alma e corpo dessa terra



Da terra dos velhos quilombos, pelas mãos dos calhambolas, o barro se faz vivente, conta histórias, urde vidas



Quantas vozes animadas, em sorridentes falares, quantas águas já correstes, ó fonte tão secular? Tu dizes "apenas sei da lenda que em mim dorme, da serpente encantada, que em minhas entranhas repousa"



Sobrados que são vigias, de tanto tempo passado, se enamoram do futuro, no debruçar das sacadas, no mistério dos seus dias,  a encantar os passantes...



Da janela de mistérios, dos amores suspirados, dos olhares ofertados, histórias de bem-querer; dos vigias d'outros tempos, apenas guardas os ventos, que sussurram sem cessar...



Nasceste orgulho de França, de Espanha triunfou; de Portugal se encantou, de tantas nações inspiras, encantas e admiras, és tu, Ilha de tantos amores!!!



Todos somos mês de junho, enfeitados de veludo, bordados de brilho e cor, bem encantados de amor, bailando ao som da promessa, de trazer esse boizinho, para alegrar essa festa



Que mais doce então será? Esse doce do divino, de espécie como se dá, ou todo o sabor da vida, que doce então virá?



O gosto fica na boca, lembrança no coração, de coco, salgado então; não importa como seja, o beiju que vai à  mão



O bate-bate aparece, como som ou marcação, de anúncio de delícia, caranguejo de montão, sabor , maranhensidade, que me morro de vontade...



Mistério, encantaria, mascarado vem então, pra curar o meu boizinho, Cazumbá, com seu condão



Eu não faria justiça, se nesse tanto falar, me esquecesse da delicia, do nosso arroz de cuxá, terra e mar tão unidos, na arte do paladar



Lençóis da Mãe Natureza,  lagoas de admirar, nosso tesouro nas dunas, águas tal iluminadas, para nos fazer sonhar



Voo de encarnadas asas,  cores suspensas no ar, colorem os céus de poesia, verso bonito de olhar



Paredão de rocha nua, feito pela mão de Deus, donde escorrem águas mansas, belezas a nos contar, histórias soltas no tempo...



Assim, em "voo de pássaro", nos despedimos de hoje, já no fim de seu afã; mas não se apoquente não, guarde o ansioso suspiro, da curiosidade tão chã; prometemos de mãos juntas, tem mais lindeza "amanhã" !!!



P.S.:FLU-TU-EIIIIIIIIIIIII NAS PALAVRAS MÁGICAS DE MARIDO MEU...TÁ, PAREI !   A SÉRIE "MARANHEI" AINDA PUBLICARÁ MAIS NOVE PARTES, EM DIAS ALTERNADOS. SEGUNDA-FEIRA VEM AÍ "MARANHEI - A VIAGEM - PARTE 2: AMIGOS", COM DELÍCIAS DE REENCONTROS DE THOMÉ COM EX-COLEGAS DE ESCOLA.

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